quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Lá vem

Não sei mais. Não entendo mais. O céu nublado atrapalha minha visão. Você tinha razão, vem uma tempestade daquelas a frente. Mas como também disse, infelizmente, temos que aprender sozinhos a sobreviver à ela. Eu mesma já sobrevivi a tantas. Ou achas que meu céu nublado é mera coincidência? Sabes que não, afinal é por isso que não estás mais aqui. E isso se chama escolha. Você teve a sua e eu fiquei com o que eu tinha. Um barco. Um quarto. Um pouco de amor e decepção. Não queria dessa forma, mas foi. Sabe quando construímos um castelinho na beira da praia? No final, quando a mãe chama para ir para casa você não quer destruir o castelo - afinal ele é lindo e passaste muito tempo contruindo-o - então você decide deixá-lo lá, para brincar no outro dia. Mas quando você se dá conta que o mar vai levá-lo, você reza, durante a noite, que reste algo, para que você - sem tanta força como da primeira vez - possa reconstrí-lo. E assim é até o fim das férias. Ou até chegar um tempestade.